13.8.05
Paradoxos do Nosso Tempo
Passou quase despercebida a morte de José Pedro Machado na chamada grande imprensa nacional. Que eu tenha notado, apenas o Público, com uma pequena coluna, contendo várias inexactidões e a Capital, numa curta, mas bem elaborada crónica de Appio Sottomayor, deram relevo ao desaparecimento desta ilustre figura da cultura portuguesa.
Dado o ambiente predominante na media portuguesa, isto não surpreende. Praticamente, só as personalidades que frequentam com assiduidade as Televisões colhem o interesse do público e correspondentemente o da Comunicação Social.
Na era mediática que vivemos, a futilidade televisiva impõe um gosto reles que vicia o público, o povo eleitor.
Contra esta realidade, torna-se extraordinariamente difícil lutar, agravando-se assim a tendência mediocrisante da informação.
Com este quadro em mente, cumpre todavia continuar a remar contra a maré, na esperança de que algum efeito se produza, com tal perseverança.
Ainda está por avaliar a vastidão da nocividade das Televisões actuais nas consciências populares, em particular, nas dos mais jovens, porque mais vulneráveis, menos apetrechadas para resistir ao efeito deformador de tão nefastos programas, na sua maioria, que tantos canais consumidos sem critério forçosamente hão-de nelas originar, com repercussão duradoura no seu carácter em formação.
Em Portugal, a influência nociva da TV é especialmente grave, por coexistir com um Sistema de Ensino degradado, atingindo profundamente a nossa, neste aspecto, indefesa juventude.
Bem sei que há milhentos canais, há a boa programação da BBC, com um largo espectro educativo disponível, mas isto é apenas um oásis na enxurrada de idiotice predominantemente debitada, que acaba por submergir uma imensa maioria de espectadores.
Está aqui um dos grandes paradoxos da nossa civilização : no momento em que ela dispõe da maior panóplia de recursos alguma vez sequer sonhados para promover a ciência e a cultura da Humanidade, é que ela mesma produz uma alienação sem precedentes, num aparente clima de total liberdade.
Dir-se-á que a culpa residirá nos cidadãos, que fazem mau uso de tanto recurso posto à sua disposição, mas tal facto não deixa de constituir um lamentável paradoxo civilizacional.
Como se processa este fenómeno e como se poderá invertê-lo, eis a grande questão por resolver.
AV_Óbidos, 13 de Agosto de 2005
Dado o ambiente predominante na media portuguesa, isto não surpreende. Praticamente, só as personalidades que frequentam com assiduidade as Televisões colhem o interesse do público e correspondentemente o da Comunicação Social.
Na era mediática que vivemos, a futilidade televisiva impõe um gosto reles que vicia o público, o povo eleitor.
Contra esta realidade, torna-se extraordinariamente difícil lutar, agravando-se assim a tendência mediocrisante da informação.
Com este quadro em mente, cumpre todavia continuar a remar contra a maré, na esperança de que algum efeito se produza, com tal perseverança.
Ainda está por avaliar a vastidão da nocividade das Televisões actuais nas consciências populares, em particular, nas dos mais jovens, porque mais vulneráveis, menos apetrechadas para resistir ao efeito deformador de tão nefastos programas, na sua maioria, que tantos canais consumidos sem critério forçosamente hão-de nelas originar, com repercussão duradoura no seu carácter em formação.
Em Portugal, a influência nociva da TV é especialmente grave, por coexistir com um Sistema de Ensino degradado, atingindo profundamente a nossa, neste aspecto, indefesa juventude.
Bem sei que há milhentos canais, há a boa programação da BBC, com um largo espectro educativo disponível, mas isto é apenas um oásis na enxurrada de idiotice predominantemente debitada, que acaba por submergir uma imensa maioria de espectadores.
Está aqui um dos grandes paradoxos da nossa civilização : no momento em que ela dispõe da maior panóplia de recursos alguma vez sequer sonhados para promover a ciência e a cultura da Humanidade, é que ela mesma produz uma alienação sem precedentes, num aparente clima de total liberdade.
Dir-se-á que a culpa residirá nos cidadãos, que fazem mau uso de tanto recurso posto à sua disposição, mas tal facto não deixa de constituir um lamentável paradoxo civilizacional.
Como se processa este fenómeno e como se poderá invertê-lo, eis a grande questão por resolver.
AV_Óbidos, 13 de Agosto de 2005
Comments:
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António Viriato!
Mais uma vez trazes à ribalta um tema sempre actual e pertinente, atendendo à sua importância na sociedade em que vivemos.
Realmente, nem sempre ter mais meios corresponde a uma evolução na qualidade!
A televisão que temos,vive obcecada pela componente comercial, e como tal só o que vende é que é notícia.
Infelizmente, não se perspectivam melhores dias a médio prazo, contudo, pequenos comentários como o teu são extremamente importantes no sentido de ir lentamente nos sensibilizando.
Um grande abraço, e sempre que puderes aparece!
António
Mais uma vez trazes à ribalta um tema sempre actual e pertinente, atendendo à sua importância na sociedade em que vivemos.
Realmente, nem sempre ter mais meios corresponde a uma evolução na qualidade!
A televisão que temos,vive obcecada pela componente comercial, e como tal só o que vende é que é notícia.
Infelizmente, não se perspectivam melhores dias a médio prazo, contudo, pequenos comentários como o teu são extremamente importantes no sentido de ir lentamente nos sensibilizando.
Um grande abraço, e sempre que puderes aparece!
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